Diz o povo que "quem conta um conto... acrescenta um ponto". Isto é, que cada pessoa relata um mesmo acontecimento ou facto acrescentando pormenores da sua autoria. Mas, pegando neste conhecido provérbio português, e tendo em conta a importância de contar histórias, como vimos no conto de Margarida Fonseca Santos, gostava de vos colocar um desafio: inventar e contar uma história.
Mas esse não é o único repto... Queria que inventassem e contassem uma história e que na vossa narração tentassem incluir, pelo menos, sete palavras da lista de palavras favoritas que vocês escolheram numa postagem anterior:
A proposta que vos trago hoje é que ouçam esta história, "O Conto dos Contos," contada oralmente pela escritora Margarida Fonseca Santos e leiam depois a versão escrita.
Conseguem ver as diferenças entre as duas tipologias textuais?
Acham que é importante contarmos histórias? E criarmos histórias?
Qual é a importância das histórias?
Que espaço ocupa a ficção nas vossas vidas?
“Era uma vez um povo… Era um povo escorraçado pela guerra, que vagueava pelo mundo à procura de um local onde pudesse finalmente assentar, onde pudesse construir uma aldeia. Depois de muito andar, por montes e valas, planícies e desertos, esse povo chegou a um sítio extraordinário. Tinha água por perto, terrenos bons para cultivo, um clima aprazível, nenhum inimigo à vista. O chefe sorriu, feliz por poder dar ao seu povo ordem que começasse a construir uma aldeia. Os tempos que se seguiram só podiam ser de trabalho árduo. Foram erguidas casas, lavradas e semeadas terras, nume esforço para recomeçar uma vida que tinha sido interrompida. Quando tudo estava terminado, o chefe começou a observar as gentes desta aldeia. Alguma coisa não batia certo! Dispunham de tudo aquilo de que necessitavam: casa, água, alimentos, paz… Mas faltava qualquer coisa. Não precisou de pensar muito para chegar à conclusão de que aquele povo estava triste. Carregava uma tristeza profunda. Reuniu-se o conselho dos anciãos. O chefe ouviu os relatos de todos, e a verdade era a mesma – aquele povo sofria de uma mágoa imensa. Ninguém sabia o que fazer. Festas? Bailes? Discursos…? A reunião terminou sem que se chegasse a uma solução. O chefe ficou sozinho, esgotado pelo cansaço e, escusado será dizer, pela mesma tristeza que afundava todos os outros. Sentiu-se inútil. Conduzira-os até ao sítio ideal e nada podia fazer para recuperar a sua alegria. Foi então que percebeu que, ao fundo da sala, ficara o homem mais velho da aldeia. Olhava para ele com o ar sereno de quem sabe a verdade. O chefe não rodeou a questão. - Diz-me o que devo fazer… O velho sorriu. - Conta-lhes histórias. O chefe ficou perplexo. Histórias?! Para quê? O velho adivinhou-lhe os pensamentos. - Para que recuperem uma identidade, uma memória comum, se quiseres, para que a construam juntos, para que recuperem os afectos através de invenções, recordações, sensações… O chefe estava demasiado cansado para rebater. Nada do que ouvia lhe fazia sentido, mas ele não sabia que sofria do mesmo mal que todos os outros – perdera uma boa parte da esperança. No entanto, no seu íntimo, sentiu que devia confiar, e foi por isso que convocou para a noite seguinte todo o seu povo para uma reunião à volta da fogueira. Quando viu que todos haviam comparecido, arrepiou-se. Suspirou e contou uma história. Perante a perplexidade de todos, contou a única história que conseguiu recordar. O povo, calado, escutou. Ninguém comentou, mas também ninguém abandonou o local com pressas. E o velho, sentado a um canto, sorriu. Na noite seguinte, à hora marcada, já várias pessoas estavam sentadas à volta da fogueira, e o chefe, com algum alento ganho na noite anterior, contou duas histórias – uma de feitos antigos, e outra, inventada ao sabor das chamas do lume. Na terceira noite já todos haviam chegado quando o chefe se aproximou da fogueira. Contou, com algum receio, mais uma história inventada, e quando acabou, olhou para o velho. Estava sem forças para contar mais! E foi nesse momento que um homem ergueu a voz e disse: - Agora conto eu… E ali nasceu uma narrativa onde se reconheciam farrapos da história daquele povo e muita fantasia. No entanto, quando se calou, outro homem relatou um breve episódio do passado. Muitos se riram pela forma engraçada como ele lhes apresentou aquela pequena história, e uma mulher falou: - Lembro-me de ouvir a minha mãe dizer que o mais importante é a forma como contamos… Pode ser uma história simples, mas se a contarmos com entusiasmo, com emoção, ela transforma-se numa grande história! E a mulher contou mais uma. Quando terminou, o silêncio que se espalhou a seguir foi uma espécie de aconchego para todos. Despediram-se uns dos outros com um sorriso nos olhos. Nos serões que se seguiram, ninguém precisou de ser avisado para comparecer junto à fogueira. Já esquecidos do esforço do chefe nos primeiros dias, os contadores foram nascendo, inventando, partilhando e, aos poucos, a alegria voltou a habitar junto daquele povo. Numa tarde, o chefe encontrou o velho junto ao rio. Este sorria e brincava com a água. Sentou-se ao seu lado e perguntou: - Como é que sabias que ia resultar? - Como é que podia não resultar? – devolveu-lhe o velho. – Devias escrever estas histórias. São a memória do teu povo. - Memória? Mas não são verdadeiras… Quer dizer… São bocados do passado, invenções, brincadeiras… - Diz-me: conheces alguma história que seja inteiramente verdadeira?... A esta pergunta o chefe não respondeu. Mas o que é certo é que escreveu e viu escrever outros no seu lugar. E viu renascer a esperança e a alegria no seu povo.” In Histórias para Contar Consigo. Aprender a viver através dos contos. Margarida Fonseca Santos - Rita Vilela. Oficina do Livro, 2011 (3ª edição)
Vejam uma das cenas mais marcantes do filme "Capitães de Abril". Mais informação aqui. E a emotiva canção (As Brumas do Futuro, cujo título faz referência à frase "as brumas da memória" do hino nacional) da banda sonora aqui.
Proponho-vos neste post que declamem um poema. Exatamente isso. Praticar a pronúncia e a entoação enquanto desfrutam de cada palavra e de cada verso e mentalmente recriam um significado só vosso. Para isso vamos aprender um poema de David Mourão-Ferreira. Grande escritor português da segunda metade do século XX e filho de um elvense (este dado não é muito relevante, eu sei, mas não podia deixar de o referir, tendo em conta a proximidade). Podem ler mais alguns poemas dele aqui.
E POR VEZES E por vezes as noites duram meses E por vezes os meses oceanos E por vezes os braços que apertamos nunca mais são os mesmos E por vezes
encontramos de nós em poucos meses o que a noite nos fez em muitos anos E por vezes fingimos que lembramos E por vezes lembramos que por vezes
ao tomarmos o gosto aos oceanos só o sarro das noites não dos meses lá no fundo dos copos encontramos
E por vezes sorrimos ou choramos E por vezes por vezes ah por vezes num segundo se evolam tantos anos Antes de mais, gostava que vissem clicando aqui uma apresentação sobre o poema. E agora vamos ouvir várias pessoas a recitá-lo. Nos comentários poderão dizer qual é a vossa versão preferida e porquê. Depois tenho a certeza de que vão conseguir declamá-lo à vossa maneira as vezes que quiserem e durante o resto da vossa vida...
Mafalda Jara (o vídeo que está patente mais acima).
Cristina Branco é uma das cantoras portuguesas com uma carreira mais sólida. Artista de personalidade vincada e voz deslumbrante. Já cantou os grandes poetas portugueses (e não só portugueses), já cantou o fado, já cantou em inglês, francês, neerlandês e espanhol. Hoje convido-vos a ver um espetáculo dela ao vivo (ou dois, se ficarem com vontade de mais). Já sabem, para assistirem, é só clicarem nas seguintes hiperligações:
Canção de Embalar (José Afonso) ao vivo na televisão dos Países Baixos.
E para que possamos estar atualizados, três canções do seu novo disco recém lançado no mês de março de 2020, Eva (o seu alter-ego é Eva Hausmann):
Prova de Eforço (Letra: Pedro da Silva Martins/Música: Luís José Martins)
Delicadeza. (Letra e música de Francisca Cortesão). Foi publicada como single antes do CD.
Leva. (Letra e música de Márcia, que já apareceu no blogue).
Leva tudo ao amanhecer
No silêncio do teu andar
Vais crescer da dor
E ser maior
Hás de ter o que alcançar (Havemos de estudar esta perífrase na unidade 8 /1ºB1) ;-)
E deixa ser o que acontecer
No momento que atravessares
Vais saber de cor
Que o teu amor
É o melhor que tens para dar
E nem tudo é para compreender
Como nem tudo é para acreditar
Mas eu sei onde vou
E em teu redor
Eu sei que vou ficar
Sei onde vou ficar
Leva tudo ao amanhecer
No silêncio que for teu par
Faz da sede e dor
O meu motor
Que é o melhor para me avançar
E nem tudo é para compreender
Como nem tudo é para acreditar
Mas eu sei onde vou
E em teu redor
Eu sei que vou ficar
Sei onde vou ficar
No nosso manual (Passaporte para Português 2, pág. 34) querem pôr-nos a pensar sobre a educação das crianças nas famílias que conhecemos e também sobre as dificuldades que podem levar a pequenas desavenças ou conflitos em casa. Para isso, colocam-nos as seguintes perguntas:
As crianças que vocês conhecem portam-se sempre bem? São bem-educadas ou mal-educadas? São mimadas ou nem por isso?
Alguma delas tem mau feitio (isto é, mau carácter ou temperamento, génio)
Na vossa família, em casa, ou no condomínio (para quem mora num prédio com mais vizinhos), alguma das seguintes questões pode ser às vezes fonte de pequenos atritos ou conflitos? Animais de estimação / vizinhos / barulho / canais de televisão / refeições / outros problemas...
Atenção, estamos a tratar só de discussões sem grande transcendência, nada de discórdias sérias. A ideia não é falar de casos como o da canção do fadista Camané, A Guerra das Rosas, que tem o mesmo título do filme de Danny DeVito (leiam aqui sobre esse filme), por sua vez baseado num livro.
Partiste sem dizer adeus nem nada Fingiste que a culpa era toda minha Disseste que eu tinha a vida estragada E eu gritei-te da escada que fosses morrer sozinha Voltaste e nem desculpa pediste Perguntaste porque é que eu tinha chorado Não respondi, mas quando vi que sorriste Eu disse que estava triste porque tu tinhas voltado
Zangada esvaziaste o meu armário E em nada ficou o meu disco preferido De raiva rasguei o teu diário, virei teu saco ao contrário Dei-te cabo do vestido Queimaste o meu jantar favorito Deixaste o meu champanhe azedar E quando cozinhei o periquito para abafar o teu grito Eu comecei a cantar
Fumavas eu nem suportava o cheiro Teimavas em me acender um cigarro E quando tu me ofereceste um isqueiro Atirei-te com o cinzeiro, escondi as chaves do carro Não queria que visses televisão em dia de jogos de Portugal Torcias contra a nossa seleção Se eu via um filme de ação tu mudavas de canal
Tu querias que eu fosse contigo ao bar Só ias se eu não entrasse contigo Saia para não ter de te aturar Tu ficavas a dançar com o meu melhor amigo Gozavas porque eu não queria beber Ralhavas ao veres-me de grão na asa Eu ia a festa sem te dizer, nunca cheguei a saber Se tu ficavas em casa
Tu deste ao porteiro roupa minha Soubeste que lhe dera o teu roupão Eu dei o teu anel à vizinha pela estima que lhe tinha Ofereceste-lhe o meu cão Foste-me lendo o teu romance de amor Sabendo que eu não gostava da história No dia de o mandares para o editor, fui ao teu computador Apaguei-o da memória Se cozinhavas eu jantava sempre fora Juravas que eu havia de pagá-las Põe-te na rua dizias-me a toda a hora E quando eu me fui embora Tu ficaste-me com as malas Depois desses anos infernais Os dois éramos caso arrumado Achando que também era demais Juramos para nunca mais, foi cada um para o seu lado
No escuro tu insistes que eu não presto Eu juro que falta a parte melhor O beijo acaba com o teu protesto, amanhã conto-te o resto Boa noite meu amor!
(Manuela de Freitas / José Mário Branco)
Não deixem de ouvir a canção com o acompanhamento de Mário Laginha ao piano. Mário Laginha já todos devem conhecer, se é que viram o vídeo do canal Easy Languages ;-)
Veja esta entrevista a uma terapeuta de casais que pertence à Oficina de Psicologia e responda na secção de comentários qual das três opções que se propõem para cada item são as que se correspondem com o conteúdo do vídeo.
1.- Nome da terapeuta
a.-
Catarina Maria
b.-
Catarina Mexia
c.-
Catarina Faria
2.- Segundo a Catarina, os pais
a.-
permanecem nos mesmo hábitos
b.-
têm grande resistência a mudar
c.-
estão a mudar de atitude
3.- Hoje em dia, quando os homens
assumem tarefas tradicionalmente associadas às mulheres
a.-
é porque são obrigados
b.-
é porque aconteceu a família sofrer um grande percalço
c.-
é porque querem
4.- Os homens, em geral preferem
partilhar
a.-
tarefas relacionadas com a casa
b.-
tarefas relacionadas com os filhos
c.-
tarefas relacionadas com a economia doméstica
5.- A Catarina
a.-
mostra saudades pelos pais de antigamente
b.-
acha que os pais de antigamente metiam medo às crianças
c.-
acha que a distância é necessária para garantir o respeito aos pais
6.- Para a Catarina
a.-
o lado sensível é mais feminino do que masculino
b.-
as mulheres têm maior capacidade para o lado feminino
c.-
é preconceito atribuir o lado emocional às mulheres
7.- Para aCatarina
a.-
as diferenças de género devem-se à educação
b.-
há diferenças de comportamento inatas
c.-
era desejável acabar com os roles de género
8.- A Catarina refere que
a.-
os homens recusam-se a aceitar a divisão de tarefas
b.-
as mulheres em muitos casos dificultam a partilha de tarefas
c.-
é preciso que os homens realizem as tarefas com maior cuidado
9.-A Catarina
a.-
anima as mulheres a mudarem de atitude
b.-
compadece-se das mulheres
c.-
anima as mulheres a serem rigorosas
10.- Do ponto de vista da Catarina
a.- é
conveniente as mulheres ensinarem aoshomens
se for preciso
b.-
não é conveniente as mulheres intervirem no processo de aprendizagem doshomens
c.-
é conveniente os homens receberem formação fora de casa
Hoje proponho-vos este vídeo do canal Easy Languages, que recentemente alargou o seu projeto para a língua portuguesa acrescentando vídeos de português europeu aos que já tinha da variedade brasileira. As pessoas que aparecem são incentivadas a escolher alguma personagem ilustre de Portugal que valha a pena conhecer para quem vive de fora do país. Vocês podem tirar notas e pesquisar um pouco na net sobre a vida destas pessoas de que eles se lembram. Qual vos pareceu mais interessante? Conheciam-nas todas?... Têm mais nomes nas seguintes ligações:
Esta postagem é para quem tem saudades de passear por Elvas, a nossa cidade vizinha do outro lado la raia, e quer conhecer melhor o seu legado histórico-artístico:
A Carmen e a Marta lembraram-se do termo "saudades" ao pensarem na palavra favorita delas em português. Hoje aproveito a deixa e pergunto-vos se, depois de duas semanas de quarentena, sentem a falta de alguma coisa em concreto. De que é que vocês têm saudades?...
E o comediante açoriano Hélder Medeiros (também conhecido como Helfimed), de que é que tem saudades?
Aproveitem para descobrir o sotaque micaelense, isto é, da ilha de São Miguel. O Helfimed mora em Ponta Delgada, capital de São Miguel, e fala de uma forma que decerto vai chamar a vossa atenção. Ora vejam:
O programa semanal de debate mais conhecido da televisão portuguesa desde há 18 anos chama-se "Prós e Contras" e a responsável por ele desde o início é a conhecida jornalista Fátima Campos Ferreira. "Uma janela aberta sobre a sociedade portuguesa, respeitando a pluralidade de opiniões e representação democrática", segundo dizem eles no site da RTP. Vejam aqui o último programa de 23 de março de 2020, numa versão diferente, sem público e com a jornalista sentada, com o título "Para onde vamos?" sobre a pandemia em Portugal. (O RTP Play disponibiliza todos os debates das últimas temporadas, pelo que será fácil encontrar algum sobre um assunto do vosso interesse)
Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu
E a calma a aguardar lugar em mim
O desejo a contar segundo o fim
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
E o sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu
Dá-me mar, o meu rio
Minha calçada
Dá-me um quarto vazio
Da minha casa
Vou deixar-te no fio
Da tua fala
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada
Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu
O caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu foi descendo
E ficou
Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou Desgastei
Para lá do fim
É preciso partir
É o preço do amor
Para voltar a viver
Já nem sinto o sabor
A suor e pavor
Do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber
Dá-me mar, o meu
rio
A minha estrada
O meu barco vazio
Na madrugada
Vou deixar-te no frio da tua fala
Na vertigem da voz
Quando enfim se cala Podem ouvir a versão interpretada a solo: aqui. Márcia na Wikipédia: aqui.
Queria hoje partilhar com todos vocês um dos filmes da minha vida. Central do Brasil. Temos sorte porque está disponível no YouTube, mas não sei por quanto tempo (é muito frequente alguém fazer upload dele e aos poucos dias ser identificado e apagado pela própria plataforma de vídeos). É duro no início, mas se conseguirem assistir até ao fim, tenho a certeza que vão descobrir a razão pela qual o filme suscitou tantas emoções entre o público de todo o mundo.
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Dora (Fernanda Montenegro) escreve cartas na estação Central do Brasil, no RIo de Janeiro, para pessoas analfabetas. Quando volta para casa, relê as cartas com a sua amiga Irene (Marilia Pêra) e juntas decidem se elas merecem ou não ser enviadas aos destinatários. Quando uma das suas clientes é atropelada, o seu filho Josué (Vinicius de Oliveira) , de nove anos, fica perdido na estação. A contragosto, Dora acolhe o menino e leva-o aos confins do Nordeste, à procura do pai. Os dois, tão diferentes entre si, aproximam-se à medida que viajam pelo país adentro.
Dirigido por WALTER SALLES
Produzido por ELISA TOLOMELLI, MARTINE DE CLERMONT TONNERRE
E clicando aqui podem ver, no aconchego do lar, o concerto completo que deram em janeiro de 2018 no convento de São Francisco de Coimbra. Espero que gostem.
A Desfolhada Portuguesa, a canção mais conhecida da carreira dela, com letra do grande Ary dos Santos, a partir do Teatro Real de Madrid em 1969. A mesma canção, mas numa atuação no teatro São Luiz de Lisboa em 2015: aqui.
Amada por todos, Simone de Oliveira é sinónimo de força, autenticidade e coragem. Artista completa, na sua carreira abraçou mais de sete ofícios, fazendo sempre frente aos desafios que a vida lhe lançou. Sem temer, ou temendo muito, desbravou caminhos e fez-se ouvir numa sociedade adversa às mulheres com voz. Simone, O Musical é muito mais que um musical em nome próprio, onde a sua história, recheada de personagens como Varela Silva, Ary dos Santos, Carlos do Carmo e David Mourão Ferreira, é pautada pela música e humor. A partir de temas icónicos como "Desfolhada", "Sol de Inverno", "Esta Palavra Saudade" e "Tango Ribeirinho", Simone desvenda-se e, mais uma vez, entrega-se publicamente pelo que acredita, pelo que sente como destino, pelo que a torna um exemplo acarinhado por todos os portugueses. Simone foi jornalista, locutora de continuidade, apresentadora de concursos e programas de televisão e rádio quando a voz, possante e enérgica, a fintou. Lutou e sobreviveu; regressou às canções que a notabilizaram, aos poetas controversos a cuja obra cedeu a alma, aos palcos que a amavam como cantora e actriz, ao público que aplaudia a Artista e a Mulher.
Elenco
Simone de Oliveira, FF, José Raposo, Maria João Abreu, Marta Andrino, Pedro Pernas, Ruben Madureira, Salvador Nery, Sissi Martins, Soraia Tavares
Texto e encenação Torres da Silva
Dir. Musical Renato Júnior Cenografia Catarina Amaro Figurinos Dino Alves Desenho de Luz Paulo Sabino Coreografia Paulo Jesus
Músicos
Helder Godinho - ass. dir. musical/piano Miguel Amado - baixo/contrabaixo icardo Barriga - guitarra David Jerónimo - bateria